terça-feira, 6 de outubro de 2009
A bicicleta
A bicicleta
Era uma vez uma bicicleta
que passeava inquieta
tinha umas rodinhas branca e preta
que em pé a deixavam quieta
Um dia as rodinhas quebraram
quando num buraco passaram
e os olhos do rapaz se arregalaram
as rodinhas já não mais o sustentavam
Agora não contava com apoios externos
descobriu que tinha tesouros internos
como os mistérios etéreos
de uma existencia cheia de mistérios
Olhou para os céus
como quem passeia aos léus
conversando com Deus
des-cobrindo véus
Descobriu que precisa de outros
outros seres humanos dispostos
a falar de amor e desgostos
como quem esquece dos opostos
Se a existencia precede a essencia
então devo ter consciencia
que sou ser feito para escolher
entre ser e não ser
Ser eu
sem deixar de ser com tu
ou ser com ele
sermos todos juntos
Andar de bicicleta sem rodinhas,
é descobrir coisas escondidas
que ficam perdidas
dentro do ser que se entristecia
Se entristecia por nao poder
ele mesmo ser
em prosa, verso e poesia
ser sua propria melodia.
segunda-feira, 5 de outubro de 2009
Por Dama K
Andei vagando pela noite sem estrelas,
Andei perdido apenas sob o olhar da lua
Caminho a tempo, tanto tempo, tão sozinho
Arrastando os pés, refletindo
Parado na beirada da calçada, será que devo atravessar a rua?
Ela me convida, titilando nos asfalto,
Balançando ao vento... Me perguntando a todo momento
Qual o sentido disso tudo?
Se de tudo não sobrarás nada,
E se de nada há vida esta cheia
Quem sou eu frente a esta vida cometa?
Sinto-me a deriva de um lado escuro,
Escuridão com pontos cintilantes que me chamam a tentar
Balanço os braços, mas não saio do lugar
Absorvida pelo feitiço da noite escura,
Esqueço de mim,
Encontro-me a afundar.
Não me debato, nem procuro nadar
Observo apenas as bolhas e a falta do ar
As costas raladas pelo fundo de minha existência
O devaneio devido a falta do oxigênio,
Chego a pensar “esse é o fim, não dá mais”
Fecho os olhos e deixo-me levar,
Então sinto uma multidão a me puxar,
Os olhos focalizam mãos a me resgatar
Atordoado não consigo entender,
Na superfície encontro o ar da minha existência,
A vivacidade da minha essência
Procuro pelas mãos, não está mais lá.
Vejo apenas alguém na beira do lago
A mão estendida e um sorriso nos lábios
Olhar hipnotizante atraindo-me a nadar
Cheguei e deparei com a alguém a conversar
Em apenas uma frase que me fez tentar
A vida sem sentido faz parte do objetivo,
O livre arbítrio faz parte deste sentido,
E você... Você faz parte de mim, assim não deixo-o morrer,
Pois irá levar-me contigo, e me recuso a morrer antes de nadar
Exaustar meu corpo, mas não desistir de mim,
Assim não desisto de você...
Com um sorriso nos lábios voltei a andar,
Lembrando-me infantilmente do sentido do sonhar..