segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Por Dama K

Andei vagando pela noite sem estrelas,

Andei perdido apenas sob o olhar da lua

Caminho a tempo, tanto tempo, tão sozinho

Arrastando os pés, refletindo

Parado na beirada da calçada, será que devo atravessar a rua?


Ela me convida, titilando nos asfalto,

Balançando ao vento... Me perguntando a todo momento

Qual o sentido disso tudo?

Se de tudo não sobrarás nada,

E se de nada há vida esta cheia

Quem sou eu frente a esta vida cometa?


Sinto-me a deriva de um lado escuro,

Escuridão com pontos cintilantes que me chamam a tentar

Balanço os braços, mas não saio do lugar

Absorvida pelo feitiço da noite escura,

Esqueço de mim,

Encontro-me a afundar.


Não me debato, nem procuro nadar

Observo apenas as bolhas e a falta do ar

As costas raladas pelo fundo de minha existência

O devaneio devido a falta do oxigênio,

Chego a pensar “esse é o fim, não dá mais”


Fecho os olhos e deixo-me levar,

Então sinto uma multidão a me puxar,

Os olhos focalizam mãos a me resgatar

Atordoado não consigo entender,

Na superfície encontro o ar da minha existência,

A vivacidade da minha essência

Procuro pelas mãos, não está mais lá.

Vejo apenas alguém na beira do lago

A mão estendida e um sorriso nos lábios

Olhar hipnotizante atraindo-me a nadar

Cheguei e deparei com a alguém a conversar

Em apenas uma frase que me fez tentar


A vida sem sentido faz parte do objetivo,

O livre arbítrio faz parte deste sentido,

E você... Você faz parte de mim, assim não deixo-o morrer,

Pois irá levar-me contigo, e me recuso a morrer antes de nadar

Exaustar meu corpo, mas não desistir de mim,

Assim não desisto de você...


Com um sorriso nos lábios voltei a andar,

Lembrando-me infantilmente do sentido do sonhar..

Um comentário:

  1. me identifiquei demais com a intensidade desse texto. parabens a vc sergio, por pulblica-lo, e a dama k por pari-lo! ^^

    ResponderExcluir